sábado, 26 de janeiro de 2013

Campeão... Do quê?



Há alguns anos os norte americanos começaram a perceber que sua cultura extremamente competitiva, na qual as crianças estavam inevitavelmente imersas desde a mais tenra idade, estava gerando alguns traumas psicológicos e queda de auto-estima nos pequeninos. Então, lentamente começou-se a criar uma onda contrária, através da qual se podia dizer coisas como "o importante é competir" e "todos são vencedores".  Assim, todas as crianças ficariam mais felizes e evoluiriam num ambiente mais saudável, livre de coisas como pressão, rivalidades, medo e fracasso.

Mas os anos foram passando e hoje em dia alguns críticos observam o panorama e começam a questionar aquela virada de valores. Argumenta-se que o ambiente artificial criado pelos pais e especialistas naquela época teria prejudicado mais do que ajudado. Pois afinal, o mundo "lá fora" não funciona assim.

De tanto receberem falsos elogios, medalhas sem mérito e terem seus egos inflados em nome de evitar traumas e decepções, hoje quase a metade dos adolescentes americanos se considera "acima da média". Bem, fica óbvio que esta é uma estatistica paradoxalmente impossível, pois a "média" é definida justamente pela maioria estatística, assim não é possível que a maioria esteja acima da média,

O fato é que foi criada uma geração inteira de jovens pessoas que tem uma auto-imagem exageradamente positiva e logicamente falsa de si mesmas, que é como uma redoma de cristal, pronta para quebrar-se em mil pedaços na primeira tentativa de uma incursão no duro mundo real. Não importando qual tenha sido a intenção, essa forma de ver as coisas acaba levando a crer que é possível conseguir resultados sem esforço, sucesso sem sacrifício e vitória sem oposição. Leva as pessoas ao erro de pensarem que o mundo deve algo a elas e não o contrário.

No mundo de verdade a competição é um fato da vida. Não adianta se achar bom e ficar em último nos exames. Depois disso vem as seleções de emprego ou a busca por clientela, nos quais a cada dia é preciso provar que você é capaz e competente. E nessas horas não dá para colocar no currículo medalhas simbólicas ou os elogios da mamãe.

Mas como sabemos quem realmente somos? O que realmente podemos conseguir? Como podemos diferenciar elogios reais de adulação? Como podemos saber se somos verdadeiros vencedores? Se somos mesmo os melhores?

Bem, desde os mais antigos tempos, sempre existiu uma maneira: Quando duas pessoas querem algo, elas disputam e aí se tem um vencedor. Donde conclui-se que nos medimos pelos nossos adversários.

Ayrton Senna venceu três títulos mundiais e muitos consideram que ele é o maior de todos, superando até mesmo Michael Schumacher, com seus sete títulos. Mas se 7>3, então como pode ser? Simples: Senna correu contra Piquet, Mansell e Prost, expoentes do esporte a motor, referências no mundo da pilotagem e que somados tem oito títulos. E o Schumacher correu contra quem?  Didi, Dedé, Mussum e Zacarias?

Quando temos a coragem de disputar contra os grandes e conseguimos vencer, somos grandes também. Até mesmo sem vencer, se damos trabalho, somos grandes, somos reconhecidos. A realidade nos garante esse título, que nenhum troféu de papelão pode superar.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

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